Sumário
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A IT 15/2025 – Controle de Fumaça é composta das seguintes partes:
• Parte 2 – Conceitos, definições e componentes do sistema.
• Parte 3 – Controle de fumaça natural em edificações comerciais, industriais e depósitos.
• Parte 4 – Controle de fumaça natural nas demais ocupações.
• Parte 5 – Controle de fumaça mecânico.
• Parte 6 – Controle de fumaça em rotas de fuga horizontais protegidas e subsolos.
• Parte 8 – Aspectos de segurança.
• Parte 9 – Situações específicas em subsolos e edificações sem janelas.
A IT 15/2025 – Parte 5 está em vigor desde 20 de março de 2025, conforme disposto na Portaria nº CCB-003/800/25.
Substituiu a Instrução Técnica nº 15/2019 – Controle de fumaça.
Publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo, Edição de 20 de março de 2025, Caderno Executivo, Seção Atos Normativos.
Portarias relacionadas à IT 15/2025 – Controle de fumaça mecânico
Portaria nº CCB-003/800/25 – Dispõe sobre as Instruções Técnicas do CBPMESP a que alude o Decreto Estadual nº 69.118, de 9 de dezembro de 2024.
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Corpo de Bombeiros
INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 15/2025
Controle de fumaça
Parte 5 – Controle de fumaça mecânico
10 Procedimentos específicos
10.1 O controle de fumaça é realizado pela extração mecânica de fumaça e pela introdução do ar de forma natural ou mecânica, disposta de maneira a assegurar uma extração do volume a proteger.
10.2 A extração de fumaça pode ser realizada por dispositivos ligados a ventiladores por meio de dutos ou por ventiladores instalados diretamente na área a proteger.
10.3 A extração visa:
10.3.1 Manter um ambiente seguro nas edificações, durante o tempo necessário para abandono do local sinistrado, evitando os perigos da intoxicação e falta de visibilidade pela fumaça.
10.3.2 Controlar e reduzir a propagação de gases quentes e fumaça entre a área incendiada e áreas adjacentes, diminuindo a temperatura interna e limitando a propagação do incêndio.
10.3.3 Providenciar condições dentro e fora da área incendiada, que irão auxiliar nas operações de busca e resgate de pessoas, localização e controle do incêndio.
10.4 O controle de fumaça conforme especificado acima tem condições de emprego diferenciadas, e deve ter características conforme o item 7.2 da Parte 2 desta IT.
10.5 O Controle de fumaça mecânico pode:
10.5.1 Ser um sistema específico, destinado exclusivamente à extração de fumaça.
10.5.2 Utilizar o sistema de ventilação ou ar-condicionado normal à edificação, com dupla função, de forma a atender às funções a que normalmente são projetados e atender a função de extração de fumaça.
10.5.3 Utilizar um sistema conjugado, com o emprego do sistema de ventilação ou ar-condicionado normal da edificação, complementado por um sistema de controle de fumaça auxiliar.
10.6 Nos casos em que o sistema de ventilação ou de ar condicionado normal à edificação seja utilizado para o controle de fumaça por extração mecânica, estes devem:
10.6.1 Atender às mesmas exigências para um sistema exclusivo de controle de fumaça por extração mecânica.
10.6.2 Assegurar o controle (abertura/fechamento) de todas as partes que compõem o sistema, garantindo a não intrusão de fumaça nas demais áreas não sinistradas do edifício.
10.7 Como regra geral se pretende, com o controle de fumaça, projetar e estabilizar a camada de fumaça em uma determinada altura, para que as pessoas possam sair em segurança deste ambiente ou a brigada de incêndio possa atuar para o resgate de vítimas e controle e extinção do incêndio.
10.8 Para elaboração do projeto de controle de fumaça, os seguintes fatores devem ser observados:
10.8.1 Tamanho do incêndio;
10.8.2 Taxa de liberação de calor;
10.8.3 Altura da camada de fumaça;
10.8.4 Tempo para a camada de fumaça descer até a altura de projeto;
10.8.5 Dimensão do acantonamento;
10.8.6 Espessura da camada de fumaça;
10.8.7 Temperatura do ambiente;
10.8.8 Temperatura da fumaça;
10.8.9 Introdução de ar;
10.8.10 Obstáculos.
10.9 Tamanho do incêndio:
10.9.1 A dimensão do incêndio depende do tipo de fogo esperado e de se estabelecer uma condição de estabilidade para que o mesmo seja mantido em um determinado tamanho.
10.9.2 Para fins de projeto de controle de fumaça, o fogo é classificado como estável ou instável.
10.9.3 O fogo pode ser considerado estável quando a edificação for dotada de meios de supressão automática do incêndio (chuveiros automáticos, nebulizadores etc.).
10.9.4 O fogo deve ser classificado como instável, quando não atender a condição especificada no item 10.9.3.
10.9.5 O tamanho do incêndio das edificações deve ser conforme a tabela abaixo:
Tabela 10: Dimensões do incêndio
Categorias de risco | Tamanho do incêndio (m) | Perímetro (m) | Área (m²) |
---|---|---|---|
Baixo (Até 300 MJ/m²) | 3,0 x 3,0 | 12 | 9 |
Médio (de 300 a 1.200 MJ/m²) | 4,0 x 4,0 | 16 | 16 |
Alto (acima de 1.200 MJ/m²) | 6,0 x 6,0 | 24 | 36 |
10.9.5.1 O tamanho do incêndio em edificações do Grupo J (depósitos) será o resultado da multiplicação da área constante na Tabela 10 pela altura de estocagem.
10.10 Edificações sem proteção por chuveiros automáticos:
10.10.1 Será aceita a instalação parcial de sistema de chuveiros automáticos para a proteção de subsolos com ocupação distinta de estacionamento de veículos nas edificações onde este sistema (chuveiros automáticos) não é obrigatório.
10.11 Taxa de liberação de calor:
10.11.1 A taxa de liberação de calor deve adotar os parâmetros da Tabela 11.
10.12 Altura da camada de fumaça:
10.12.1 Uma altura livre de fumaça deve ser projetada de forma a garantir o escape das pessoas.
10.12.2 Esta altura devido a presença do jato de fumaça pode alcançar no máximo 85% da altura da edificação, devendo estar no mínimo a 2,20 m acima do piso da edificação.
10.13 Onde houver depósito de mercadorias, caso haja possibilidade de ocorrer o fenômeno “flash over”, a camada de fumaça deve ser projetada a 0,50 m acima do topo dos produtos armazenados.
10.14 Tempo para a camada de fumaça descer até a altura de projeto
10.14.1 A posição da interface da camada de fumaça a qualquer tempo pode ser determinada pelas relações que reportam a 3 situações:
a. quando nenhum sistema de extração de fumaça está em operação;
b. quando a vazão mássica de extração de fumaça for igual ou superior à vazão fornecida à coluna da camada de fumaça;
c. quando a vazão de extração de fumaça for menor que a vazão fornecida à coluna da camada de fumaça.
10.14.2 Posição da camada de fumaça com nenhum sistema de extração em funcionamento:
a. com o fogo na condição estável, a altura das primeiras indicações da fumaça acima da superfície do piso, ‘z’, pode ser estimada a qualquer tempo, ‘t’, pela equação (1) (onde os cálculos abrangendo z/H > 1,0 significam que a camada de fumaça não começou a descer).
Equação (1)
z/H = 1,11 – 0,28 ln [(t Q1/3 / H4/3) / (A/H²)]
Onde:
z = altura de projeto da camada de fumaça acima do piso (m)
H = altura do teto acima da base do fogo (m)
t = tempo (seg)
Q = taxa de liberação de calor de fogo estável (kW)
A = área do acantonamento (m²).
1) A equação acima:
b. está baseada em informações experimentais provenientes de investigações utilizando áreas uniformes (seccionais-transversais), baseadas em uma altura com proporções A/H² que pode variar de 0,9 a 14 e para valores de z/H ≥ 0,2;
c. avalia a posição da camada a qualquer tempo depois da ignição.
Tabela 10: Taxa de liberação de calor
Ocupações | Taxa de liberação de calor (KW/m²) |
---|---|
Residencial | 228 |
Serviços de hospedagem | 500 |
Comercial | 500 |
Serviços profissionais | 228 |
Educacional | 350 |
Local de reunião pública | 500 |
Serviços automotivos | 500 |
Serviços de saúde e institucionais | 500 |
Garrafas em PVC empacotadas em caixas de papelão com divisórias | 655 |
Garrafas de polietileno empacotadas em caixas de papelão | 1195 |
Escaninhos de polietileno, cheios, empilhados | 1000 |
Sacos de lixo de polietileno em caixas empilhadas | 380 |
Filmes de plástico em rolo | 980 |
Filmes de polipropileno em rolo | 1280 |
Tubos de polipropileno empacotados em caixas de papelão com divisórias empilhadas | 850 |
Isolamento de poliuretano empacotado e empilhado | 265 |
Painéis isolados de poliuretano rígido, espuma em caixas de papelão com divisórias, empilhadas | 370 |
Painel isolado em poliestireno espuma rígido, empilhado | 675 |
Garrafas de poliestireno em caixas de papelão | 2695 |
Garrafas de poliestireno empacotadas em caixas de papelão com divisórias, empilhadas | 2720 |
Tubos de poliestireno em caixas de papelão | 805 |
Tubos de poliestireno colocados em caixas de papelão, empilhados | 1105 |
Partes de brinquedo de poliestireno | 305 |
Partes de brinquedo de poliestireno | 390 |
Livros, móveis | 720 |
Álcool | 740 |
Gasolina | 1590 |
Óleo combustível | 1470 |
Indústrias | Taxa de liberação de calor (KW/m²) |
I-1 | 60 |
I-2 | 280 |
I-3 | 500 |
Depósitos | Taxa de liberação de calor (KW/m²) |
Engradado de madeira | 2500 |
Paletes de madeira, empilhados | 2150 |
Móveis embalados | 500 |
Madeira serrada empilhada | 500 |
Madeira compensada empilhada | 500 |
Produtos celulósicos em geral | 160 |
Malas do correio | 235 |
Papelão empilhado | 290 |
Rolos de papelão | 120 |
Caixas de papelão | 150 |
Caixas de papelão com divisórias empilhadas | 325 |
Caixas de papelão, produtos elétricos | 145 |
Produtos empacotados | 315 |
Componentes de fibra de vidro em caixas de papelão | 190 |
Compartimentos em fibra de vidro em caixas de papelão, empilhados | 275 |
Garrafas plásticas em caixas de papelão, empilhadas | 940 |
10.14.3 Posição da camada de fumaça com a extração de fumaça em operação:
a. vazão mássica de extração de fumaça igual à vazão mássica de fumaça fornecida pelo incêndio.
1) depois que o sistema de extração estiver operando por um determinado período, será estabelecida uma posição de equilíbrio na altura da camada de fumaça, desde que vazão mássica de extração for igual à vazão mássica fornecida pela coluna à base do fogo;
2) uma vez determinada esta posição, deve ser mantido o equilíbrio, desde que as vazões mássicas permaneçam iguais.
b. vazão mássica de extração de fumaça diferente da vazão mássica de fumaça fornecida pelo incêndio.
1) com a vazão mássica fornecida pela coluna de fumaça à base do fogo maior que a vazão mássica de extração, não haverá uma posição de equilíbrio para camada de fumaça;
2) neste caso, a camada de fumaça irá descer, ainda que lentamente, em função da vazão mássica de extração ser menor;
3) nesta condição, o estudo da situação deve ser apresentado por meio de Comissão Técnica Ordinária, utilizando-se de modelos algébricos ou modelos dimensionados por softwares de modelagem para análise de mecânica dos fluídos. Como base, uma vasta literatura pode ser encontrada na NFPA 92 e no Handbook of Smoke Control Engineering – ASHRAE.
10.15 Altura da chama:
Na determinação da altura da chama proveniente da base do fogo, deve-se adotar a seguinte equação:
Equação (2)
z1 = 0,166 Qc 2/5
Onde:
z1 = limite de elevação da chama (m)
Qc = porção convectiva da taxa de liberação de calor (kW)
10.16 Dimensionamento da massa de fumaça a ser extraída:
10.16.1 Na determinação da massa de fumaça gerada pelo incêndio, duas condições podem ocorrer:
a. altura (z) da camada de fumaça ser superior à altura (z1) da chama, ou seja: (z > z1);
b. altura da camada de fumaça (z) igual ou inferior à altura (z1) da chama, ou seja: (z ≤ z1).
10.16.2 Para a condição (z > z1), a massa de fumaça gerada é determinada pela seguinte equação:
Equação (3)
m = 0,071 Qc1/3 z5/3 + 0,0018 Qc (z > z1)
Onde:
m = vazão mássica da coluna de fumaça para a altura z (kg/s)
z = altura de projeto da camada de fumaça acima do piso
Qc = porção convectiva da taxa de liberação de calor, estimada em 70% da taxa de liberação de calor (Q) (kW)
10.16.3 Para a condição (z ≤ z1), a massa de fumaça gerada é determinada pela seguinte equação:
Equação (4)
m = 0,032 Qc3/5 z (z ≤ z1)
Onde:
m = vazão mássica da coluna de fumaça para a altura z (kg/s)
z = altura de projeto da camada de fumaça acima do piso
Qc = porção convectiva da taxa de liberação de calor estimada em 70% da taxa de liberação de calor (Q) (kW).
10.17 Volume de fumaça produzido:
10.17.1 Para se obter o volume de fumaça a extrair do ambiente, a seguinte equação deve ser utilizada:
Equação (5)
V = m/ρ
Onde:
V = volume produzido pela fumaça (m³/s)
m = vazão mássica da coluna de fumaça para a altura z (kg/s)
ρ = densidade da fumaça em kg/m³, de acordo com a temperatura adotada (0,92 kg/m³ para 70º C e 0,55 kg/m³ para 300º C).
10.17.2 Para compensar os possíveis vazamentos nos registros de trancamento, deve ser previsto um coeficiente de vazamento mínimo de 25% a ser acrescido sobre o resultado da Equação (5) para a seleção dos ventiladores e dimensionamento dos dutos principais de extração de fumaça.
10.18 Acantonamento:
10.18.1 A área máxima de um acantonamento deve ser de 1.600 m².
10.18.2 Será possível dispensar a previsão dos acantonamentos, desde que a:
a. edificação seja do grupo J (depósito); e
b. edificação possua sistema de chuveiros automáticos.
10.19 Espessura da camada de fumaça:
10.19.1 Para edificações que não possuam armazenamento elevado (acima de 1,50 m), a espessura da camada de fumaça não pode ser menor que 15% da altura do local atendido pelo sistema.
10.19.2 Para edificações que possuam área de armazenamento elevada (acima de 1,50 m), o projetista deve considerar:
a. possibilidade de ocorrer o “flash over”;
b. possibilidade de a fumaça esfriar e estratificar, decorrente:
1) da altura da camada de fumaça estar afastada com relação à origem do incêndio;
2) da existência de sistema de chuveiros automáticos, que esfriam a fumaça e gases quentes.
10.20 Temperatura ambiente:
10.20.1 Para fins de cálculo, deve ser prevista uma temperatura ambiente de 20º C.
10.21 Temperatura da camada de fumaça:
10.21.1 Para fins de dimensionamento, deve ser prevista a temperatura da camada de fumaça de:
a. 70º C quando a edificação for dotada de proteção por sistema de chuveiros automáticos;
b. 300º C quando a edificação não for dotada de proteção por sistema de chuveiros automáticos.
10.22 Extração de fumaça:
10.22.1 Distribuição de grelhas de extração de fumaça em espaços amplos:
10.22.2 As grelhas devem ser distribuídas no ambiente de forma mais uniforme possível; deve haver, no mínimo, uma grelha a cada 300 m² de área de abrangência.
10.22.3 A quantidade de grelhas para sistema de controle de fumaça mecânico deve atender à tabela abaixo:
Tabela 12: Máxima vazão volumétrica por ponto de sucção ou ventilador individual
Espessura da camada de fumaça no ponto de sucção ou corte de um ventilador individual ou grelha de extração (metros) | Vazão volumétrica por ponto de sucção ou ventilador individual (m³/seg) |
≥ 0,5 (1) | ≤ 0,2 (2) |
≥ 1,0 | ≤ 1,2 |
≥ 1,5 | ≤ 3,5 |
≥ 2,0 | ≤ 7,0 |
≥ 2,5 | ≤ 12,0 |
(1) Aplicável também para camadas de fumaça de altura < 0,5 m, desde que os pontos de sucção estejam posicionados para cima.
(2) Em locais com pé direito baixo, onde não seja possível haver maior espessura de camada de fumaça, a utilização de vazão volumétrica de maior magnitude por ponto de extração pode ser admitida mediante avaliação em Comissão Técnica.
10.23 Introdução do ar:
10.23.1 A introdução de ar para controle de fumaça pode ser realizada por meios naturais ou mecânicos, da seguinte forma:
a. Naturalmente:
1) por meio de portas, janelas, venezianas etc., posicionadas abaixo da camada de fumaça;
2) caso a velocidade de entrada de ar seja superior a 1 m/s, a camada de fumaça deve ser projetada a 1,5 m acima das aberturas consideradas;
3) caso a velocidade de entrada de ar seja menor que 1 m/s, a camada de fumaça pode ser projetada a 0,5 m acima das aberturas consideradas;
4) a velocidade máxima nas aberturas de entrada de ar não deve ser superior a 2 m/s e a vazão volumétrica deve ser igual à de extração;
5) caso haja impossibilidade técnica de prever entrada de ar no acantonamento, esta pode ser prevista pelas aberturas de introdução de ar dos acantonamentos adjacentes à área incendiada;
6) a introdução de ar em edificações com pavimentos interligados como, por exemplo, centros comerciais “shopping centers”, pode ser realizada pelas portas de acesso e demais aberturas localizadas no térreo. As portas e demais aberturas utilizadas para este fim devem ter abertura automática acionada pelo sistema de detecção de fumaça;
7) a introdução de ar para os pavimentos superiores das edificações descritas no item anterior pode ser realizada pelas aberturas localizadas no térreo e será considerada, para fins de cálculo, a área efetiva de abertura entre os pavimentos composta por átrios, escadas não enclausuradas e escadas rolantes.
b. por meios mecânicos:
1) realizadas por aberturas de insuflação ligadas a ventiladores por meio de dutos;
2) cuidados devem ser observados pelo projetista a fim de posicionar (os ventiladores) as aberturas de insuflação no terço inferior do acantonamento, evitando turbulências que podem espalhar a fumaça ou o fogo. Os ventiladores de introdução de ar não devem captar fumaça oriunda de incêndio, conforme item 3.1.6 da Parte 1 desta IT;
3) caso haja impossibilidade técnica de prever entrada de ar no acantonamento, esta pode ser prevista pelas aberturas de introdução de ar dos acantonamentos adjacentes à área incendiada; neste caso, não há necessidade de posicionar as aberturas de insuflação no terço inferior dos acantonamentos.
4) para efeito de dimensionamento, a velocidade do ar nas aberturas de insuflação não deve ser superior a 5 m/s, e sua vazão volumétrica deve ser da ordem de 60% da vazão das aberturas de extração de fumaça, à temperatura de 20º C.
10.24 Obstáculos:
10.24.1 Os mezaninos são obstáculos que devem ser considerados na extração de fumaça.
10.24.2 Existem 2 tipos de mezaninos a serem considerados:
a. mezaninos permeáveis, que são aqueles cujo teto ou piso superior possui 50% de aberturas, permitindo o escape e fluidez da fumaça pelo mesmo;
b. mezaninos sólidos, que são aqueles que não permitem o escape da fumaça.
10.24.3 Os mezaninos considerados permeáveis estão dispensados da previsão de sistema de controle de fumaça. No caso de haver mezaninos sólidos, o estudo da situação deve ser apresentado por meio de Comissão Técnica Ordinária, utilizando-se de modelos algébricos ou modelos dimensionados por softwares de modelagem para análise de mecânica dos fluidos. Como base, uma vasta literatura pode ser encontrada na NFPA 92 e no Handbook of Smoke Control Engineering – ASHRAE.
Anexo J
Exemplos de aplicação
Exemplo 1
1 Dados do ambiente:
a. escritórios;
b. área de 500,00 m²;
c. dimensão: 20,00 m x 25,00 m x 3,00 m;
d. edifício protegido por chuveiros automáticos de teto;
e. edificação protegida por sistema de detecção;
f. Altitude: 800 m
2 Dados para projeto:
a. classificação segundo IT 14: risco médio;
b. dimensão do incêndio esperado segundo Tabela 10 – Parte 5:
Tamanho do incêndio = 4,00 m x 4,00 m;
Perímetro = 16 m;
Área = 16,00 m²;
Taxa de liberação de calor segundo Tabela 11 – Parte 5 = 228,00 Kw/m².
3 Dimensionamento:
a. taxa total de liberação de calor (Q) = 228,00 x 16,00 = 3.648,00 Kw;
b. altura da camada de fumaça adotada em projeto (z) = 2,20 m;
c. tempo para a fumaça atingir a altura de projeto:
d. Pela equação (1): (cálculo da altura da camada de fumaça, sem nenhum sistema entrar em funcionamento)
e. z/H = 1,11 – 0,28 ln [(tQ¹ᐟ³ / H⁴ᐟ³) / (A/H²)];
f. 2,20/3,0 = 1,11 – 0,28 ln [(t 3.648¹ᐟ³/3⁴ᐟ³) / (500/3²)];
g. t = 60,23 s.
h. altura da chama:
i. Pela Equação (2) – z₁ = 0,166 Qc²ᐟ⁵
j. z₁ = 0,166 (3.648 x 0,7)²ᐟ⁵
k. z₁ = 3,83 m
l. como z < z₁, temos para cálculo da massa de fumaça a utilização da Equação (4):
EQUAÇÃO (4)
m = 0,032 Qc3/5 z (z < z1);
m = 0,032 x 2.553,63/5 x 2,20;
m = 7,795 kg/s.
a. cálculo da Vazão Volumétrica:
EQUAÇÃO (5)
Para atingir os objetivos descritos em 10.20.1 letra a (ρ = 0,92 kg/m³ para 70º C):
V = m/ρ;
V = 7,795 /0,92;
V = 8,47 m³/s.
a. Deve ser acrescido, para seleção dos ventiladores e dimensionamento dos dutos, o coeficiente de segurança de 25%, conforme previsto no item 10.16.2:
Ve: vazão do extrator
Ve = V x 1,25
Ve = 8,47 x 1,25
Ve = 10,59 m³/s (38.124 m³/h)
b. cálculo da entrada de ar, conforme item 10.22
Vv: vazão do ventilador de entrada de ar
Vv = Ve x 0,6
Vv = 10,59 x 0,6
Vv = 6,35 m³/s (22.874 m³/h)
Exemplo 2
1 Dados do ambiente:
a. escritórios;
b. área de 500,00 m²;
c. dimensão: 20,00 m x 25,00 m x 3,00 m;
d. edifício sem proteção por chuveiros automáticos de teto;
e. edificação protegida por sistema de detecção;
f. Altitude: 800 m
2 Dados para projeto:
a. classificação segundo IT 14: risco médio;
b. dimensão do incêndio esperado segundo Tabela 9 – Parte 5:
Tamanho do incêndio = 4,00 m x 4,00 m;
Perímetro = 16 m;
Área = 16,00 m².
Taxa de liberação de calor segundo Tabela 10 – Parte 5 = 228,00 kW/m².
3 Dimensionamento:
a. taxa total de liberação de calor (Q) = 228,00 x 16,00 = 3.648,00 kW;
b. altura da camada de fumaça adotada em projeto (z) = 2,20 m;
c. tempo para a fumaça atingir a altura de projeto:
Pela equação (1): (cálculo da altura da camada de fumaça, sem nenhum sistema entrar em funcionamento)
z/H = 1,11 – 0,28 ln [(tQ1/3 / H4/3) / (A/H²)];
2,20/3,0 = 1,11 – 0,28 ln [(t 3.6481/3 / 34/3) / (500/3²)];
t = 60,23 s.
d. altura da chama:
Pela Equação (2) – z1 = 0,166 Qc2/5
z1 = 0,166 (3.648 x 0,7)2/5;
z1 = 3,83 m.
e. como z < z1, temos para cálculo da massa de fumaça a utilização da Equação (4):
EQUAÇÃO (4)
m = 0,032 Qc3/5 z (z < z1);
m = 0,032 x 2.553,63/5 x 2,20;
m = 7,795 Kg/s.
f. cálculo da Vazão Volumétrica:
EQUAÇÃO (5)
Para atingir os objetivos descritos em 10.20.1, letra b (ρ = 0,55 kg/m³ para 300º C):
V = m/ρ
V = 7,795/0,55;
V = 14,172 m³/s.
g. Deve ser acrescido, para seleção dos ventiladores e dimensionamento dos dutos, o coeficiente de segurança de 25%, conforme previsto no item 10.16.2:
Ve: vazão do extrator
Ve = V x 1,25
Ve = 14,172 x 1,25
Ve = 17,72 m³/s (63.777 m³/h)
h. cálculo da entrada de ar, conforme item 10.22
Vv: vazão de entrada de ar (natural)
Vv = Ve Vv = 17,72 m³/s (63.777 m³/h)
Exemplo 3
1 Dados do edifício:
a. depósito de livros (J-4);
b. área de 1000,00 m²;
c. dimensão: 20,00 m x 50,00 m x 6,00 m;
d. estocagem em prateleiras fixas com altura de 4,00 m;
e. edifício protegido por chuveiros automáticos de teto;
f. edificação protegida por sistema de detecção;
g. Altitude: 800 m
2 Dados para projeto:
a. classificação segundo IT 14: risco médio;
b. dimensão do incêndio esperado segundo Tabela 9 – Parte 5:
c. Tamanho do incêndio = 6,00m x 6,00m;
d. Perímetro = 24 m;
e. Área = 36,00 m²;
f. Taxa de liberação de calor segundo Tabela 10 – Parte 5 = 720,00 kW/m²/m;
3 Dimensionamento:
a. taxa total de liberação de calor (Q) = 720,00 x 36,00 x 4,00 = 103.680,00 kW;
b. altura da camada de fumaça adotada em projeto (z) = 4,50 m;
c. tempo para a fumaça atingir a altura de projeto:
d. Pela Equação (1): (Cálculo da altura da camada de fumaça, sem nenhum sistema entrar em funcionamento)
z/H = 1,11 – 0,28 ln [(tQ1/3 / H4/3) / (A/H2)];
4,5/6,0 = 1,11 – 0,28 ln [(t 103.6801/3 / 64/3) / (1000 / 6²)];
t = 23,3 s
e. altura da chama:
1. Pela Equação (2) – z1 = 0,166 Qc2/5
z1 = 0,166 (103.680 x 0,7)2/5
z1 = 14,6 m.
f. como z < z1, temos para cálculo da massa de fumaça a utilização da Equação (4):
EQUAÇÃO (4)
m = 0,032 Qc3/5 z (z < z1);
m = 0,032 x 103.680 3/5 x 4,5;
m = 118,8 Kg/s.
g. cálculo da vazão volumétrica:
EQUAÇÃO (5)
Para atingir os objetivos descritos em 10.20.1 letra a (ρ = 0,92 kg/m³ para 70º C):
V = m/ρ
V = 118,8/0,92
V = 129,1 m³/s
h. Deve ser acrescido, para seleção dos ventiladores e dimensionamento dos dutos, o coeficiente de segurança de 25%, conforme previsto no item 10.16.2:
Ve: vazão do extrator
Ve = V x 1,25
Ve = 129,1 x 1,25
Ve = 161,4 m³/s (581.040 m³/h)
i. cálculo da entrada de ar, conforme item 11.22.
Vv: vazão do ventilador de entrada de ar
Vv = Ve x 0,6 Vv = 161,4 x 0,6 => Vv = 96,84 m³/s (348.624 m³/h)