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A composição do líquido do bulbo do sprinkler agrega, em si, alta tecnologia e certamente tem sua composição guardada à sete chaves, como segredo industrial. Veremos que não há uma resposta definitiva, contudo, pesquisando sobre o assunto, conseguimos informações interessantes que nos ajudam a conhecer um pouco mais sobre este líquido que gera tanta curiosidade.

1. Considerações iniciais sobre o líquido do bulbo do sprinkler

O líquido da ampola de vidro do sprinkler é o mercúrio? Esta é uma pergunta clássica. Muitas pessoas têm esta mesma dúvida ou curiosidade. A composição do líquido do bulbo do sprinkler agrega, em si, alta tecnologia e certamente tem sua composição guardada à sete chaves, como segredo industrial. Veremos que não há uma resposta definitiva, contudo, pesquisando sobre o assunto, conseguimos informações interessantes que nos ajudam a conhecer um pouco mais sobre este líquido que gera tanta curiosidade.

Líquido do bulbo do sprinkler

2. Vejamos rapidamente como começou esta história

Conforme citado no livro do Cel. Cássio R. Armani (2016, p. 30), em “1924 – ocorre o desenvolvimento do chuveiro automático com uma ampola de quartzo por Grinnell, o que propiciou um projeto e configuração do chuveiro automático similar ao que é visto até hoje, segundo Thompson (1964 apudBRYAN, 1990, p.67)”.

Sprinkler
Figura 1 – Chuveiro automático desenvolvido por Grinnell em 1930. Fonte Beattie (2011, p.12)

O mecanismo de ativação do sprinkler evoluiu com o passar das décadas. Hoje temos, basicamente, duas formas de acionamento: através de liga fusível ou através da ampola de vidro, também conhecida como bulbo de vidro.

Cabe lembrar que o bulbo do sprinkler ou ainda, elemento termossensível, como trata a norma ABNT NBR 16400:2015 (requisito 3.1.14), são dispositivos de altíssima qualidade e que carregam em si alta tecnologia, o que lhes garante grande confiabilidade.

“é um dos mais importantes dispositivos do sprinkler, tanto que é testado em quatorze dos dezessete ensaios propostos pela Norma Técnica e abarca uma concentração elevada de tecnologia, pois passa por mais de 800 medições de engenharia ao longo do seu processo de fabricação.”
(VIANA, 2017, p. 76 apud JOB.
Disponível em: https://www.job-group.de/en/products/job-thermo-bulbs-product-range/job-thermo-bulbs/
Acesso em: 26 dez. 2016).

3. Respondendo à pergunta: Qual a composição do líquido interno do bulbo do sprinkler?

Devido ao alto padrão de tecnologia deste dispositivo, a composição do líquido interno do bulbo do sprinkler torna-se, em parte, uma incógnita; o líquido não é formado por uma única substância, mas sim por um composto; sobre ele temos algumas pistas: os esclarecimentos dos fabricantes e a consulta aos registros de patentes. Exemplo disso é o caso do bulbo fabricado pela JOB, empresa alemã que é uma das maiores fornecedoras mundiais de bulbo do sprinkler, onde é possível consultar informações tanto no site do fabricante, na seção “ProductDescription”, como também no Google Patents (links disponíveis nas referências deste arquivo).

Para demonstrar o que estamos falando e “matar” um pouco da curiosidade de todos, segue um trecho traduzido do documento da patente americana do líquido interno dos bulbos do sprinkler, fabricados pela JOB, disponível no site do google patentes; neste trecho constam informações gerais sobre parte da composição do líquido em questão:

“[…] o líquido em expansão pode consistir em tolueno, xileno, n-decano, ciclo-hexano, tricloroetileno, tetracloroetileno, acetoacetato de etilo, acetona ou metiletilcetona ou suas misturas. Dependendo do seu ponto de ebulição, os líquidos em expansão podem ser usados para diferentes temperaturas nominais de abertura. Por exemplo, apesar de seu tempo de resposta relativamente longo, o n-decane é adequado para temperaturas de abertura nominal de até 182 ° C. Para além dos compostos específicos acima mencionados, o líquido em expansão também pode conter, por exemplo, metanol, etanol, isopropanol, glicerol ou acetato de etilo ou suas misturas como o álcool alifático ou éster de alquilo inferior […].”
(G. PATENTS. Trigger element for a sprinkler).

4. Conclusão

Mais uma vez percebemos que o sprinkler e seus componentes são mais complexos do que imaginamos e por isso no assunto relacionado a composição do líquido interno do bulbo do sprinkler não teremos uma resposta simplista. Para atender as várias faixas de temperatura de acionamento, muito bem definidas em Norma, o fabricante do bulbo certamente precisa de um líquido especial que, possivelmente, apresenta variações de composição para cada uma das temperaturas nominais. Como dito antes: isto é mais uma das “incógnitas” da engenharia.

Referências

ARMANI, C R. SCABBIA, A. L. G. Inspeção Predial do Sistema de Chuveiros Automáticos: um roteiro comentado sobre os requisitos. Publicações do Prêmio Instituto Sprinkler Brasil. São Paulo, 2016.

BEATTIE, W.S. Evolutionofthe Fire Sprinkler. 2011.
Disponível em: https://waltbeattie.files.wordpress.com/2010/08/evolution-of-as-beattie.pdf.
Acesso em 10 jul. 2018.

GOOGLE PATENTS. Trigger element for a sprinkler. 1990.
Disponível em: https://patents.google.com/patent/US4938294.
Acesso em 23 jul. 2018.

JOB BULBS. 2018.
Disponível em: https://www.job-group.com/en/products/job-thermo-bulbs/.
Acesso em 24 jul. 2018.

VIANA, B. M. G.SPRINKLERS NO BRASIL: Apresentação e análise da nova norma ABNT NBR16400:2015. Enfim uma sólida base técnica para a construção de um mercado confiável. IV Prêmio Instituto Sprinkler Brasil. São Paulo, 2017. p. 76.

A publicação original deste artigo ocorreu no site da Skop.

Mais informações acesse: www.skop.com.br

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Legislações relacionadas a sistemas de chuveiros automáticos (sprinklers) disponíveis no Guia SEGCI

➡️ Decreto Estadual nº 63.911/2018Regulamento de Segurança contra incêndio das edificações.
Estabelece em quais edificações é obrigatória a instalação de sistema de chuveiros automáticos.

➡️ Instrução Técnica nº 01/2019 – Procedimentos Administrativos.
Estabelece a forma de apresentação de Projetos Técnicos com sistema de chuveiros automáticos.

➡️ Instrução Técnica nº 02/2019 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio.

➡️ Instrução Técnica nº 03/2019 – Terminologia de segurança contra incêndio.

➡️ Instrução Técnica nº 04/2019 – Símbolos gráficos para projeto de segurança contra incêndio.

➡️ Instrução Técnica nº 23/2019 – Sistema de chuveiros automáticos.

➡️ Instrução Técnica nº 24/2019 – Sistema de chuveiros automáticos para áreas de depósito.

➡️ Instrução Técnica nº 25/2019 – Líquidos combustíveis e inflamáveis.

➡️ Instrução Técnica nº 43/2019 – Adaptação às normas de segurança contra incêndio – edificações existentes.

➡️ Portaria nº CCB-002/810/19 – Dispõe sobre as Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo a que alude o Decreto Estadual nº 63.911, de 10 de dezembro de 2018.

➡️ Portaria nº CCB-021/800/20 – Dispõe sobre as correções das Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo publicadas em 09 de abril de 2019, anexas à Portaria nº CCB-002/810/19.

➡️ Parecer Técnico nº CCB-001/800/19 – Utilização de chuveiro automático com fator K 28 para depósitos com armazenamento de até 15,00 m de altura.

➡️ Parecer Técnico nº CCB-006/800/20 – Utilização de chuveiro automático com fator k 22,4 para depósitos.

➡️ Parecer Técnico nº CCB-007/800/20 – Conexões e tubulação para chuveiros automáticos (sprinklers) com fixação tipo “crimpagem”.

➡️ ABNT NBR 16981:2021 – Proteção contra Incêndio em áreas de armazenamento em geral, por meio de sistemas de chuveiros automáticos.

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